Possível Retorno de Trump à Presidência Pode Acender Nova Guerra Comercial Mundial
A retomada da agenda protecionista e nacionalista de Donald Trump pode desencadear tensões comerciais globais, impactando economias e cadeias de suprimentos em escala mundial.
Uma Nova Era de Protecionismo?
A possível vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2024 tem gerado apreensão entre líderes globais e economistas, que temem uma nova onda de políticas protecionistas. Trump, conhecido por sua retórica de “América First” e por sua abordagem agressiva nas relações comerciais, pode voltar a adotar medidas que colocariam em risco o frágil equilíbrio econômico global conquistado após a pandemia de COVID-19.
Durante seu primeiro mandato, Trump implementou uma série de tarifas punitivas sobre importações, especialmente vindas da China, o que deu início a uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Essas medidas visavam reduzir o déficit comercial dos EUA e fortalecer a indústria nacional, mas acabaram por desencadear uma série de represálias, afetando diversos setores, desde a agricultura até a tecnologia.
A Relação EUA-China em Jogo
A rivalidade entre Estados Unidos e China não diminuiu desde que Trump deixou a Casa Branca em 2021. Pelo contrário, tensões permanecem altas, com Joe Biden mantendo muitas das tarifas implementadas por seu antecessor. A reeleição de Trump provavelmente ampliaria este cenário, com novas tarifas, bloqueios comerciais e sanções mais rígidas contra empresas chinesas.
Para Pequim, um retorno de Trump poderia significar a intensificação da guerra comercial, com a implementação de novas barreiras comerciais que afetariam diretamente exportações chinesas. Isso poderia levar a uma nova rodada de retaliações, como aumento de tarifas sobre produtos americanos, prejudicando indústrias-chave dos EUA e aumentando os custos para consumidores e empresas.
Europa e Outros Aliados Também em Alerta
A agenda de Trump não afeta apenas a relação EUA-China. Durante seu mandato, o ex-presidente também foi crítico de aliados tradicionais, como a União Europeia, Japão e Coreia do Sul. Ameaças de imposição de tarifas sobre produtos europeus, como automóveis e vinhos, aumentaram a tensão entre os blocos, que temem um aumento do protecionismo caso Trump retorne ao poder.
Líderes europeus e asiáticos já demonstram preocupações de que um segundo mandato de Trump poderia levar a uma fragmentação ainda maior das cadeias de suprimentos globais. Isso poderia forçar muitos países a reconsiderarem suas estratégias comerciais e a buscar novos parceiros para evitar as flutuações imprevisíveis do mercado.
Impacto nas Cadeias de Suprimentos
As cadeias de suprimentos globais, que ainda estão se recuperando das interrupções causadas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, poderiam sofrer um novo abalo com políticas protecionistas mais duras. Durante o governo Trump, muitas empresas foram forçadas a revisar suas operações, realocando fábricas para outros países ou reduzindo a dependência de fornecedores chineses. Com o aumento das tarifas e a imposição de barreiras, os custos para os fabricantes poderiam subir, impactando diretamente os preços ao consumidor.
Consequências para o Brasil e América Latina
Para o Brasil e outras economias latino-americanas, o retorno de Trump poderia ser um desafio. Durante seu primeiro mandato, o ex-presidente ameaçou impor tarifas sobre o aço e alumínio brasileiros, o que afetou diretamente as exportações da região. Além disso, a guerra comercial entre EUA e China pode ter efeitos colaterais para países que dependem de exportações de commodities, visto que a demanda e os preços podem ser diretamente afetados pelas tensões globais.
A volatilidade dos mercados internacionais, combinada com políticas internas de aumento de tarifas e barreiras comerciais, poderia reduzir o crescimento econômico global e prejudicar países que dependem de exportações para sustentar suas economias.